Sobre o Funcionamento das Casas Espíritas
Toda Casa Espírita funciona 24 horas por dia. Não no Plano Físico, mas no Plano espiritual.
No plano encarnado, o trabalho prestado no Atendimento Fraterno é de suma importância. As pessoas recorrem à Casa Espírita em busca de LUZ. Às vezes passam por dolorosos momentos de perda, de doença, de severas provas materiais, ou mesmo de perturbação espiritual e até falta de entendimento, algo muito comum quando experimentam as primeiras sensações mediúnicas.
Desnecessário dizer que, quem quer que as atenda, precisa ter empatia, sobriedade, ser bom ouvinte, ter paciência e discrição. Mas o essencial é o conhecimento do Evangelho.
Toda a luz que necessitam está no Evangelho Segundo o Espiritismo. Ele deve ser o nosso guia; é nele que devemos pautar nossas vidas,
nossas decisões e, principalmente, todas as nossas conversas quando falamos em nome do Espiritismo.
O trabalho de atendimento fraternos nas Casas Espíritas é de extrema importância, e é um trabalho de muita responsabilidade. Estamos tratando, aqui, do encaminhamento de almas. Almas aflitas, encarnadas ou desencarnadas, médiuns em início de desenvolvimento, mães desesperadas, irmãos descrentes da fé, e toda sorte de misérias humanas.
Somos a porta de entrada para milhares em busca de consolo e esclarecimento.
A vida além da vida, que para nós espíritas é assunto corriqueiro, é para a maioria um grande mistério. Buscam, na Casa Espírita, consolo para suas dores, esclarecimentos, direção.
A fortaleza que necessitam está no Evangelho! É dele que devemos extrair orientação e inspiração para acolher os que nos procuram.
Não podemos prescindir do Evangelho, especialmente quando falamos em nome do Espiritismo; ele é a base que deve fundamentar todo e qualquer comentário de nossa parte. É claro que devemos conhecer e estudar rotineiramente a obra de Kardec, para ser capaz de explicar os fenômenos mediúnicos e como se dão as relações entre o mundo físico e o mundo extrafísico. Mas é no Evangelho que estão as respostas para as aflições morais. O Evangelho de Jesus é um guia prático para o bem viver, que não se limita a orientações teóricas; o Evangelho deve ser vivido, praticado no nosso dia a dia. Os conceitos lá expostos são a receita da felicidade; é o melhor livro de autoajuda já escrito. Nele, entramos respostas para todas as aflições da alma. Vamos aprender a interpretá-lo e a disseminá-lo.
Como deve ser o trabalho de Atendimento Fraterno?
Como recomendou Emmanuel, todo médium e, neste caso, todo orientador deve, antes de mais nada, evangelizar-se a si mesmo. Conhecer o Evangelho é imprescindível para aquele que deseja orientar em nome da Doutrina Espírita.
Para tanto, recomenda-se não apenas o estudo do Evangelho, individual ou em grupo, mas sobretudo a leitura diária de trechos do Evangelho. Esta é uma prática que deve ser adotada por todo espírita. As lições, os conceitos, os exemplos vão se fixando na nossa mente, e são extremamente úteis nos momentos em que devemos orientar ou esclarecer.
O trabalho de aconselhamento fraterno não difere muito dos trabalhos de doutrinação. Devemos ouvir, nos compenetrar das dores e inquietações alheias, nos abster de julgar, e apontar caminhos, afastando a descrença, a revolta, o inconformismo, e injetando fé, esperança e indicando soluções possíveis (jamais milagreiras) acessíveis a todos no atendimento espiritual.
Na prática, para realizar um trabalho de atendimento fraterno, o orientador deve:
Se preparar lendo um trecho do Evangelho, e fazendo uma prece pedindo luz e inspiração.
Manter-se em prece durante o atendimento; devemos ouvir em prece, pedindo a influência dos Bons Espíritos, mentalizando a cura e ao mesmo tempo emitindo nossas vibrações de acolhimento e solidariedade a quem nos procura.
Abster-se de julgar, em qualquer situação. Não nos cabe, em hipótese nenhuma, julgar os sentimentos ou comportamentos alheios.
Não apontar erros. Mesmo que você reconheça atitudes erradas, em vez de comentar sobre a conduta alheia, inspire-se no Evangelho dizendo "Em tal situação, Jesus recomenda isso e aquilo" (daí a importância de conhecer bem o Evangelho).
Nunca dar lição de moral. Cada pessoa está em um estágio diferente de evolução e de compreensão das verdades eternas. Mesmo nós, trabalhadores das Casas Espíritas, falhamos inúmeras vezes na aplicação da moral evangélica no nosso dia a dia, cedendo a sentimentos que não condizem com o Evangelho - isto, porque somos todos imperfeitos, seres ainda em evolução, e por isso não temos o direito de criticar ou dar "lição de moral" em quem quer que seja.
Nunca dar opiniões pessoais. As pessoas não nos procuram para saber nossa opinião sobre assunto nenhum. Elas buscam LUZ, e essa Luz está no Evangelho de Jesus. Não interessa o que o médium ou orientador pense sobre isso ou aquilo, o que interessa é o que Jesus ensina.
Não fazer promessas. Todo trabalho de assistência espiritual consiste de uma série de fatores que independem da nossa vontade. Muitas vezes a provação é necessária, ou muitas vezes o assistido não tem a vontade de realizar a reforma íntima necessária para sua própria cura.
Não oferecer soluções milagrosas. No intuito de fazer com que a pessoa frequente a Casa Espírita, não prometa que os passes ou o tratamento espiritual irão curá-la. Concentre os esforços em explicar porque o comparecimento é benéfico, ou em como os passes podem ajudar, mas combata a crença que muitos têm, de que os Espíritos podem resolver os seus problemas...
Respeitar sempre o livre arbítrio. Nunca diga o que a pessoa deve ou não fazer. Em vez disso, esclareça no Bem, de acordo com o Evangelho, e conscientize para a responsabilidade pessoal de cada um de escolher seus próprios caminhos.
Sem ameaças! Jamais diga ou dê a entender nas entrelinhas que se a pessoa não fizer isso ou aquilo, vai sofrer consequências. Isso não é conselho, é ameaça!
Não jogar a culpa nos Espíritos. Para muitos, a frase "Os Espíritos estão me dizendo que...." confere um ar de importância ao médium, que é muito benéfico para alimentar o seu próprio ego, mas não é essencial em uma conversa de acolhimento fraterno. As intuições que recebemos dos Espíritos na hora do atendimento, deve servir como uma luz para que possamos escolher a abordagem mais caridosa e eficaz para cada situação. Eles nos assistem, cooperam com o trabalho, mas a nós, encarnados, compete ouvir, aconselhar no Evangelho, e seguir as orientações que nos passam, sem contudo determinar ações atribuindo aos Espíritos a responsabilidade pelo conselho...
Não fornecer prazos. Cada caso é um caso, não temos como prever o futuro, O médium que se considera capaz de fazê-lo, precisa de tratamento de desobsessão...
Não fazer diagnósticos. Não me refiro apenas a diagnósticos médicos (a menos que o orientador seja, efetivamente, um médico) mas me refiro a diagnósticos sobre comportamentos e acontecimentos da vida. Não podemos, em uma ou duas conversas de alguns minutos, afirmar com toda certeza as razões e as soluções para as mais variadas questões. Mesmo que tenhamos a intuição mediúnica, talvez seja mais prudente calar e estudar melhor cada caso, antes de nos aventurarmos a fazer diagnósticos e traçar rotas. Toda Casa tem um direcionamento já planejado (casos de obsessão, casos de saúde física, casos de mediunidade em desequilíbrio) e o mais recomendável é seguir as diretrizes da Casa, fazendo o encaminhamento de cada caso.
Sem cobranças! O momento do aconselhamento fraterno não é uma prestação de contas! É preciso ter a sensibilidade de compreender o momento que cada pessoa atravessa, e de quais ferramentas dispõe para lidar com a situação, de maneira que qualquer cobrança é inadequada nesta fase.
Nunca se afastar do Evangelho. Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida.
por Liz Bittar
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