O Que Os Espíritos Dizem

Em Destaque

Concepção Existencial de Deus

José Herculano Pires

Este livro, de José Herculano Pires, é o meu preferido, dentre os 86 que ele escreveu. É o que melhor descreve a forma como entendo Deus. O livro é de uma profunda beleza, e recomendo sua leitura, como estudo complementar ao Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.

O Espiriitismo mudou minha compreensão e, por conseguinte, minha relação com Deus.

Heloísa Pires, filha de Herculano Pires, costuma dizer em suas palestras que "devido aos nossos ranços do passado, através das encarnações sucessivas, estamos ainda fixados em um Deus terrível. Criamos um Deus rancoroso, um velho de barbas brancas, que condena. No tempo e no espaço tentamos educar através do temor; não conseguimos nada! O mundo está incrivelmente necessitado. Esse Deus seria aquele indivíduo que castiga cada um? Viríamos nessa encarnação carregados de carma negativo e deveríamos sofrer para extirpar nosso carma? Tudo errado! Não é doutrina espírita. Temos que dissipar a ideia de que somos profundos devedores do passado; Deus não é o cobrador! Deus é amor. Não é tampouco um velho de barbas brancas com um livro de contas, estabelecendo o que vamos passar, com todas as correções. Deus é misericórdia, é atenuação de provas, é Amor."

Incluo aqui, excertos do livro, e a relação das obras de José Herculano Pires

CONCEPÇÃO EXISTENCIAL DE DEUS, excertos:

Cap. I – DEUS EXISTE?

“… o grande erro das religiões é apresentar Deus como enigma insolúvel, e exigir que o amemos de todo o coração e de todo o entendimento. Essa colocação contraditória levou-as a um absurdo ainda maior, que é o de transformar Deus num tirano sádico que nos criou para submeter-nos a tortura e a perdição.”

“… a idéia de um Pai todo poderoso, e no entanto, insensível a miséria e ao sofrimento da maioria dos filhos sempre perturbou os que pensam e levou muitas criaturas a revolta e a descrença. Das duas uma: ou aceitavam a injustiça ou não admitiriam a existência de Deus.

Bastaria isso para nos mostrar que o conceito de Deus, formulado pelas religiões e sustentado aferro e fogo através dos milênios, não pode estar certo.”

Cap. II – O EXISTENTE

A prova existencial de Deus decorre naturalmente de três fatos incontestáveis:

1 – a existência da idéia de Deus no homem, manifestando-se universalmente na lei de adoração, que levou todos os povos, em todos os tempos, á adoração de um Poder Supremo

2 – a inteligência da estrutura total da Natureza, em seus mínimos detalhes, que nos revela e imanência cósmica de um poder inteligente.

3 – a lei de causa e efeito, que nos mostra a impossibilidade de efeitos inteligentes sem uma causa inteligente.

Cap. III – DEUS NO HOMEM

“A consciência humana tem a mesma estrutura fundamental em todas as raças.”

“…não importam as diferenças da concepção de Deus entre os povos, que tanto podiam cultuar a Zeus como a Brama, ao chinês como ao Iavé hebraico ou aos deuses egípcios.”

“…cultos e ritos podiam variar ao infinito, mas a essência era a mesma: a intenção de agradar aos deuses através de um comportamento coerente com as exigências da evolução espiritual do homem.”

CAP. X – A AÇÃO DE DEUS

“Ninguém admitirá que uma flor desabrocha sem motivo, que uma pedra cai sem causa. Da mesma forma, não podermos admitir que um Universo apareça tirado da cartola de um mágico. Não ficaria bem atribuirmos a Deus o papel de prestidigitador. Há, pois, uma causa, e disso estão seguros a Ciência, a Filosofia e a Religião.”

“…No homem, a presença de Deus não está apenas na ação das leis da natureza, mas também e principalmente na consciência humana”

Ainda no cap. 10, pg 87

O homem é o seu próprio juiz, no aquém e no além. Ninguém lhe pede contas do que fez, mas ele mesmo se defronta com a imagem do que foi e do que é. É essa a infalibilidade da Justiça Divina. O Tribunal de Deus está instalado na consciência de cada um de nós, e funciona com a regularidade absoluta das leis naturais.

Não somos julgados por nenhum tribunal sobrenatural, mas por nossa própria consciência. Daí a fatuidade dos julgamentos religiosos, doas indulgências e dos sacramentos.

Deus, o Existente, partilha conosco das provas existenciais. E é dentro de nós, em nossa consciência, em nosso íntimo – sem que tenhamos a mínima possibilidade de fuga ou desculpas mentirosas, – que somos julgados.

Mas a Justiça de Deus, se é rigorosamente precisa, é também revestida de misericórdia. As atenuantes justas são levadas em conta e as oportunidades de regeneração e reparação dos erros e crimes jamais nos serão negadas.

Deus não nos castiga ou reprova: ele nos entrega a nós mesmos, sob a garantia infalível do tribunal consciencial.

Deus não nos criou para a perdição, mas para o desenvolvimento das nossas possibilidades divinas. O simbólico pagamento das dívidas do passado não é mais do que a reparação necessária dos nossos erros, por mais graves que sejam, para que possamos continuar na administração da nossa herança divina.

RELAÇÃO DAS OBRAS DE JOSÉ HERCULANO PIRES, EM ORDEM ALFABÉTICA:

  1. Abandono da Infância – Ed. Porvir - 1936

  2. Adão e Eva – Paidéia – 1977

  3. África – Tip. O Minuto- 1955

  4. Agonia das Religiões – Paidéia – 1976

  5. Argila – Lake- 1946

  6. Anjos Dormem ao relento, Os

  7. Arigó um caso de Fenomenologia paranormal – Francisco Alves- 1963

  8. Arigó Vida e Mediunidade – Edicel – 1976

  9. Árvores Sagradas – Tip. Central Avaré – 1937

  10. Astronautas do Além – Ed .G – 1973 – com Chico Xavier

  11. Atlântida Poesia e Mito – Ed. A Semana – 1948

  12. Barrabás o enjeitado – Edicel – 1985

  13. Blawastski e Gandhi – Lake- 1949

  14. Busca da Serenidade, A – Tip. Ipiranga – 1945

  15. Cabo Velho & Cia – C. César- 1930

  16. Caminho do Meio, O – Brasiliense – 1948

  17. Centro Espírita, O – Paidéia – 1980

  18. Chico Xavier Pede Licença – Ed. G – 1972

  19. Cidades Vivas – Ed. Rio Novo – 1930

  20. Ciência Espírita e suas implicações terapêuticas – Paidéia – 1979

  21. Conceito Moderno de Poesia – Tip. Ipiranga – 1946

  22. Concepção Existencial de Deus – Paidéia – 1980

  23. Coração – Tip Ipiranga – 1932

  24. Crítica da Teoria Corpuscular do Espírito – 1952 (curso)

  25. Curso Dinâmico de Espiritismo – Paidéia – 1979

  26. Daga Moriga – Piratininga – 1955

  27. Dialogo dos Vivos – Ed. G 1974

  28. Dimensões da Educação, As – 1960 – FECL

  29. Educação Espírita – Edicel –1970

  30. Educação para a Morte – Paidéia – 1984

  31. Espigão – Diário Paulista – 1946

  32. Espírito e o Tempo, O – Edicel – 1964-77-89

  33. Estradas e Ruas – Francisco Alves – 1933

  34. Evolução Espiritual do Homem, A – Paidéia - 2005

  35. Farias Brito – Revista filosófica – 1960

  36. Filósofos, Os – Cultrix – 1960

  37. Finito e o Infinito, O – Correio Fraterno –1989

  38. Flores Murchas, O Porvir – 1937

  39. Homem Novo, O – Correio Fraterno – 1989

  40. Introdução a Filosofia Espírita, MEU – 1965

  41. Introdução a Psicologia – IBF (curso) – 1952

  42. Jamurama e as águas Selvagens

  43. Kardec Pede Licença

  44. Lázaro – Edicel – 1971

  45. Madalena – Edicel –1979

  46. Margem da Guerra, A – Diário Paulista – 1945

  47. Mediunidade – Edicel –1978

  48. Menino e o Anjo, O – Paidéia – 1977

  49. Mensagem – Tipografia Paulista – 1976

  50. Metrô para Outro Mundo – Edicel – 1981

  51. Mistério do bem e do mal, O

  52. Mistério do Ser ante a Dor e a Morte – Paidéia – 1981

  53. Mulher de Pedra – Mim. Paulista – 1938

  54. Murais – Ed. Palma – 1968

  55. Na Era do Espírito – Ed. G – 1973

  56. Na Hora do Testemunho – Paidéia – 1978 com Chico Xavier

  57. Nhô Chico Bananeiro – Ed. Porvir – 1930

  58. Obsessão, O Passe , A Doutrinação – Paidéia – 1979

  59. Parapsicologia e suas Perspectivas – Edicel – 1965-74-76-77

  60. Parapsicologia Hoje e Amanhã – Edicel – 1967

  61. Pedra e o Joio, A – Ed. Cairbar – 1973

  62. Pesquisa sobre o Amor- Paidéia – 1983

  63. Poemas do Tempo e da Morte – Ed. A Semana – 1974

  64. Poesias – Paidéia – 2004

  65. Portas Abertas para o Céu

  66. Psicologia de liderança

  67. Quando o Outono chegar- Dat. Avareense – 1933

  68. Reino, O – Lake –1947

  69. Relação Espírito Corpo

  70. Renan e os Evangelhos – Cultrix – 1965

  71. Revisão do Cristianismo – Paidéia – 1977

  72. Rousseau e a Educação

  73. Sentido da vida, O – Paidéia – 2005

  74. Ser e a Serenidade, O – Edicel – 1966

  75. Serenista, O – Ed. A Semana – 1930

  76. Sonhos de Liberdade – Paidéia – 2005

  77. Sonhos nascem da areia, Os – Paidéia – 1978

  78. Tempo de Magnólias – Piratininga – 1961

  79. Tipógrafo e a Camponesa, O –

  80. Três Caminhos de Hécate, Os –

  81. Túnel das Almas, O – Paidéia – 1978

  82. Um Deus vigia o Planalto – Francisco Alves – 1964

  83. Vampirismo – Paidéia – 1980

  84. Verbo e a Carne, O – Ed. Cairbar – 1973

  85. Viagem, A – Ed. Beira – 1976

  86. Visão Espírita da Bíblia, A – Correio Fraterno - 1983

postado porLiz Bittar

Os textos, áudios e artigos do site O Que Os Espíritos Dizem têm o intuito exclusivo de estudar e divulgar a doutrina espírita. A veiculação destes materiais é livre, desde para fins de estudo, pesquisa e divulgação do espiritismo. A comercialização de qualquer um desses materiais e conteúdos é proibida. Ao inserir áudios e textos de O Que Os Espíritos Dizem no seu site, por favor lembre-se de citar a fonte/autoria e o endereço do site www.oqueosespiritosdizem.com.br

Obrigada.