RESPOSTA:

A resposta à sua pergunta deve ser dada em partes:

1 - No Livro dos Médiuns (e também no Livro dos Espíritos) Kardec explica que os espíritos podem se apresentar como eram conhecidos em determinada encarnação.

No ENSAIO TEÓRICO SOBRE AS APARIÇÕES, Cap. 6 do Livro dos Médiuns, disponível em http://livrodosmediuns.wordpress.com/2a-parte-das-manifestacoes-espiritas/cap-6-manifestacoes-visuais/ , Kardec explica:

"Podendo tomar toda as aparências, o Espírito se apresenta com aquela que melhor o possa identificar, se for esse o seu desejo. Assim, embora não tenha, como Espírito, nenhum defeito corporal, ele se mostra estropiado, coxo, corcunda, ferido, com cicatrizes, se isso for necessário para identificá-lo. Esopo, por exemplo, não é disforme como Espírito, mas se o evocamos como Esopo, por mais existências posteriores que tenha tido, aparecerá feio e corcunda, com seus trajes tradicionais.

...Há os que muitas vezes se apresentam com símbolos da sua elevação, como uma auréola ou asas, pelo que são considerados anjos. Outros carregam instrumentos que lembram suas atividades terrenas: assim um guerreiro poderá aparecer com uma armadura, um sábio com seus livros, um assassino com seu punhal, e assim por diante. Os Espíritos superiores apresentam uma figura bela, nobre e serena. Os mais inferiores têm algo de feroz e bestial, e algumas vezes ainda trazem os vestígios dos crimes que cometeram ou dos suplícios que sofreram."

2 - Portanto, a forma como um espírito se apresenta não é a questão mais relevante. O que é mais importante observar é o TEOR DA MENSAGEM.

Podemos reconhecer os Espíritos Elevados pelo conteúdo das comunicações, sempre sóbrias e com alto teor moral, com linguajar respeitoso, mesmo que simples.

Mensagens "vagas", como vc mencionou, são indício de espíritos menos evoluídos.

Vc pode aprender como identificar os espíritos pela questão número 100 do Livro dos Espíritos, a ESCALA ESPÍRITA, disponível no link http://livrodosespiritos.wordpress.com/mundo-dos-espiritos/cap-1-dos-espiritos/vi-escala-espirita/

Há um resumo da escala aqui mesmo no site, no link http://oqueosespiritosdizem.com.br/index.php/em-destaque/315-escala-espirita#.U-kHXWM5s_U

3 - Se observarmos que se tratam de espíritos ainda não elevados, é preciso então determinar se são bem intencionados, ou não.

Espíritos levianos costumam tomar nomes veneráveis, aproveitando-se da boa fé das pessoas para iludir, e transmitir mensagens sem conteúdo, com meias verdades aqui e ali, mas que denotam o pouco conhecimento do EVANGELHO, que deve ser o livro de cabeceira de todo médium.

Entre uma ou outra frase que, embora corretas, mais parecem terem sido extraídas de livros de auto-ajuda, esses espíritos dedicam-se a dar conselhos sobre a vida e o dia a dia dos encarnados, distanciando-se completamete de tudo o que Kardec e os Espiritos nos ensinam no LIVRO DOS ESPÍRITOS e nas demais obras da codificação.

AS COMUNICAÇÕES ESPÍRITAS NÃO SE DESTINAM A FRIVOLIDADES, para matar a curiosidade de pessoas sobre fatos corriqueiros ou ligados à vida material, tais como sorte no amor e nas finanças, mudança de emprego, se uma viagem ou passeio vai dar certo ou não...

TAMBÉM NÃO SE DEDICAM A QUAISQUER RITUAIS, sobre preparação das casas espíritas, e se algum espírito começar a opinar sobre os trabalhos da Casa Espírita, aconselhando práticas exteriores QUAISQUER QUE SEJAM, então com certeza trata-se de espírito pouco esclarecido, zombeteiro ou mal intencionado.

4 - Em se tratando de espíritos mal intencioados, reconhecemos sua atuação pelo fascínio que exercem sobre o médium, obsidiando-o. O médium passa a obedecer cegamente o espírito, que faz de tudo para afastá-lo do trabalho sério de uma Casa de Caridade. É assim que começam por dar conselhos absurdos, como dizer ao médium para vestir-se de tal maneira ou seguir determinada prática ou rito. Plantam a semente da divergência e da desconfiança entre o grupo, semeiam a discórdia, nas entrelinhas jogam umas pessoas contra as outras, pelo choque de ideias (uns defendendo a pureza doutrinária, e outros defendendo o espírito).

5 - Os trabalhos de desobsessão em uma Casa Espírita são sérios, e voltados exclusivamente à caridade moral e espiritual. Não se deve permitir culto a nenhum espírito em particular, e muito menos ao médium. As Casas Espíritas, que praticam a VERDADEIRA CARIDADE CRISTÃ, não são local para personalismos, nem rendem homenagem a "gurus" ou "guias". Nós nos reunimos, nos trabalhos espíritas, para servir ao EVANGELHO DE JESUS, e não a um espírito e muito menos, a um médium.

Portanto, se as comunicações se desviam do objetivo central do trabalho verdadeiramente espírita, que é o de EVANGELIZAR e promover o progresso moral de todos, então elas devem ser PROIBIDAS.

6 - AS OBSESSÕES SÃO SEMPRE UMA VIA DE MÃO DUPLA. Médiuns vaidosos, que se valem da mediunidade para ser o centro das atenções, que apreciam o respeito e a admiração dos leigos, que gostam de assumir o papel de "conselheiros", são na verdade vaidosos, que se valem da mediunidade para alimentar seu orgulho. Os médiuns que se julgam de alguma forma "especiais" por serem nada mais do que meros instrumentos nas mãos de espíritos - bem intencionados ou não; médiuns que não estudam, e principalmente que ainda não compreenderam a verdadeira função da mediunidade, que é a de servir à causa do Bem, com base no EVANGELHO, são presas fáceis nas mãos ardilosas de espíritos mal intencionados.

Esses espíritos podem agir para vingar-se de desafetos, ou simplesmente para trazer a discórdia e separar grupos que se dedicam à causa do BEM.

7 - Se um caso assim for detectado em alguma Casa Espírita, é preciso chamar o médium à razão, coibir essas manifestações e fazer um trabalho de desobsessão junto ao médium. A permanência do médium em desequilíbrio nos trabalhos mediúnicos é uma decisão da direção da Casa. Mas, seja como for, deve-se acompanhar a prática mediúnica desses médiuns com redobrada atenção, e orientar sempre, com paciência e dedicação cristãs.

8 - Se, entretanto, o médium já estiver completamente fascinado pela entidade, então o caminho é mais difícil.

Especialmente, se o médium SE COMPRAZ com esse tipo de situação, se gosta da "notoriedade" ou da ilusão de notoriedade que determinado espírito lhe confere, então o trabalho de desobsessão pode ter êxito, ou não.

Se o médium QUER servir a esse tipo de espírito, por orgulho ou vaidade, o afastamento da entidade torna-se tarefa muito mais complexa e é preciso muita persistência e oração, para o esclarecimento de ambos, médium e espírito.

9 - Como em tudo na vida, BOA FÉ NÃO BASTA. Há pessoas muito bem intencionadas que, por falta de estudo, se deixam enganar tanto por médiuns obsidiados, quanto por espíritos inescrupulosos.

Portanto, de um lado, o médium precisa ESTUDAR e conhecer profundamente - e aplicar - o EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, e as demais obras de Kardec, para colocar toda a sua potencialidade mediúnica a serviço da Espiritualidade Superior. Por outro, os trabalhadores da Casa Espírita tem por obrigação ESTUDAR a doutrina, para se precaver contra mistificações. Mas, sobretudo, para aprimorar seus potenciais mediúnicos formando grupos coesos e dedicados à causa do Bem.

10 - Mediunidade é nada mais do que a possibilidade de SERVIR. Servimos à Espiritualidade quando, através dos trabalhos mediúnicos, somos ferramentas nas mãos dos Bons Espíritos para orientar e reconduzir irmãos em sofrimento no Plano Espiritual. Servimos à Espiritualidade quando, atraves do nosso conhecimento da Doutrina Espírita, podemos levar uma palavra de alento e conforto aos nossos irmãos na Terra, que padecem com perdas que lhes parecem irreparáveis. Podemos acalmar corações angustiados pela saudade.

Mediunidade é isso: é SERVIR. E, para servir melhor, temos o dever de conhecer todos os percalços do caminho, para nos prevenirmos, mas sobretudo, para MELHOR PREPARAR-NOS.

Mediunidade é amor, e doação, é fraternidade despretenciosa.

Todo e qualquer vestígio de personalismo deve ser imediatamente contido, antes que se transforme em um câncer de consequencias desastrosas.

Desejo-lhe muita paz,
Liz Bittar

por Liz Bittar
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