O Que Os Espíritos Dizem

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Perguntas dos Leitores

Sobre o Gás na Síria (Mortes Violentas)


Vanessa Quinhones postou a seguinte pergunta na nossa página no Facebook:(https://www.facebook.com/OQueOsEspiritosDizem) :

"Irmãos, hoje meu coração está em rios de lágrimas ao ver um vídeo de crianças mortas pelo gás da Síria. Me pergunto o que essas crianças pensavam antes de partir (lágrimas)? Crianças agonizando, uma morte tão prematura... talvez eu esteja sendo egoísta demais ou essa dor para quem fica será sempre assim?"


RESPOSTA:

Prezada Vanessa,

Agradeço por ter postado sua pergunta. Esta é uma dúvida que a maioria das pessoas, que não conhecem a doutrina espírita, costumam ter.

Foi muito triste ver aquela barbárie, sem dúvida. Compartilho dos seus sentimentos de tristeza, e indignação.

Mas a Doutrina Espírita nos ajuda a enxergar a vida por outro ângulo, mais abrangente, não limitado a uma única existência, partindo do princípio de que somos espíritos imortais.

NÃO EXISTE O ACASO NA CASA DO PAI

O que temos que ter em mente, especialmente em situações que nos fogem ao entendimento, como o ocorrido na Síria, são as palavras de Jesus: NÃO EXISTE O ACASO NA CASA DO PAI.

Deus está no leme, e não permitiria que essas crianças morressem, se isso não fizesse parte de um planejamento com vistas ao seu progresso espiritual.

Elas eram crianças em vida, mas como todos nós, são, na verdade, espíritos imortais, que já passaram por várias encarnações, e passarão por muitas outras.

DEUS NÃO SE ENGANA

As vezes, fatos tão chocantes como esses, nos dão a impressão de que "não tinham de ser". A sensação que fica, em muitos de nós, é que tudo isso é um erro, que não tinha que ser assim.

Mas Deus não se engana. Cada encarnação é planejada para o máximo aproveitamento do Espírito, na sua senda evolutiva. Assim, nascemos no lugar certo, na época certa, nas condições adequadas, com as pessoas certas, para o progresso do nosso espírito, de acordo com o nível de evolução que nos encontramos.

Aliás, na grande maioria das vezes, nós participamos deste planejamento, e as provas à que estamos sujeitos são as que nós mesmos escolhemos.

A terceira parte do Livro dos Espíritos nos traz as Leis Morais. Na LEI DE LIBERDADE, os Espíritos tratam do tema "Fatalidade", nas questões 851 a 867. Vejamos as explicações dos Espíritos:

Pergunta 851. HÁ UMA FATALIDADE NOS ACONTECIMENTOS DA VIDA, SEGUNDO O SENTIMENTO LIGADO A ESSA PALAVRA - QUER DIZER, TODOS OS ACONTECIMENTOS SÃO PREDETERMINADOS, E NESSE CASO EM QUE SE TORNA O LIVRE-ARBÍTRIO?

Resposta dos Espíritos: A fatalidade só existe no tocante à escolha feita pelo Espírito, ao se encarnar, de sofrer esta ou aquela prova; ao escolhê-la ele traça para si mesmo uma espécie de destino, que é a própria conseqüência da posição em que se encontra. Falo das provas de natureza física, porque, no tocante às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o seu livre-arbítrio sobre o bem e o mal, é sempre senhor de ceder ou resistir. Um bom Espírito, ao vê-lo fraquejar, pode correr em seu auxílio mas não pode influir sobre ele a ponto de subjugar-lhe a vontade. Um Espírito mau, ou seja. inferior, ao lhe mostrar ou exagerar um perigo físico, pode abalá-lo e assustá-lo, mas a vontade do Espírito encarnado não fica por isso menos livre de qualquer entrave.

Pergunta 853. CERTAS PESSOAS ESCAPAM A UM PERIGO MORTAL, PARA CAIR EM OUTRO. PARECE QUE NÃO PODEM ESCAPAR À MORTE. NÃO HÁ NISSO FATALIDADE?

Resposta dos Espíritos: Fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte. Chegando esse momento, de uma forma ou de outra, a ele não podeis furtar- vos.

Pergunta 853 - a: ASSIM, QUALQUER QUE SEJA O PERIGO QUE NOS AMEACE, NÃO MORREREMOS SE A NOSSA HORA NÃO CHEGOU?

Resposta dos Espíritos: Não, não morrerás, e tens disto milhares de exemplos. Mas quando chegar a tua hora de partir, nada te livrará. Deus sabe com antecedência qual o gênero de morte por que partirás daqui, e freqüentemente teu Espírito também o sabe, pois isso lhe foi revelado quando fez a escolha desta ou daquela existência.

Portanto, o Espírito não desconhece o gênero de morte, e as provas que deverá sofrer, pois na maioria das vezes, ele participa dessas escolhas, porque sabe que são necessárias para a sua evolução. É o remédio amargo de que todos precisamos, em um momento ou outro, de nossa caminhada espiritual, que é imortal.

A SEPARAÇÃO ETERNA - O FIM

A morte não significa FIM - mas transição. A vida continua, na Espiritualidade. Os amores são eternos - não se desfazem com a morte do corpo. Você pergunta se a dor, para quem fica, será sempre assim.

É bem verdade que a dor de quem fica é imensa, especialmente devido às condições em que essas mortes se deram. Mas precisamos entender que a nossa permanência na Terra é passageira. Não é o fim absoluto, nem a separação irremediável. Deus nos criou para a felicidade e o progresso, e não quer que suas criaturas sofram para sempre.

A dor, ainda que profunda, jamais é eterna. É, ao contrário, circunstancial, e sempre útil para o Espírito, seja daqueles que se despediram da Terra em circunstâncias violentas, seja para aqueles que ficaram, com seus corações dilacerados - estes, estão atravessando momentaneamente provas úteis para a sua evolução. Mas nunca sem amparo, nunca sem proteção, nunca sem a ajuda do Alto.

O AMPARO DE DEUS

Os momentos de maior turbulência são os que nos tornam mais sensíveis ao chamado de Deus.

O nosso coração dilacerado nunca está só. Deus nos envia os seus Anjos, que nos sustentam quando estamos a um passo de fraquejar. Os que ficam, têm o amparo fraterno de bondosos irmãos espirituais, Protetores abnegados, incansáveis na causa do Bem. Os que partem, são igualmente ajudados no Plano Espiritual.

Nos desencarnes coletivos, há batalhões de Espíritos Socorristas no Plano Espiritual, para recepcionar e conduzir essas almas na Espiritualidade, como vemos em várias narrativas das obras de André Luiz.

Nunca estamos sozinhos nos momentos de agonia, e há sempre conosco Espíritos Protetores que nos auxiliam no desprendimento da carne. O momento da morte não é doloroso, como vemos no Livro dos Espíritos, Cap. 3, RETORNO DA VIDA CORPÓREA À VIDA ESPIRITUAL:

Pergunta 153 A SEPARAÇÃO DA ALMA E DO CORPO É DOLOROSA?

Resposta dos Espíritos: Não; o corpo, freqüentemente, sofre mais durante a vida que no momento da morte; neste, a alma nada sente. Os sofrimentos que às vezes se provam no momento da morte são um prazer para o Espírito, que vê chegar o fim do seu exílio.

Comentário de Kardec: Na morte natural, que se verifica pelo esgotamento da vitalidade orgânica em conseqüência de idade, o homem deixa a vida sem perceber: é uma lâmpada que se apaga por falta de energia.

Pergunta 156: A SEPARAÇÃO DEFINITIVA ENTRE A ALMA E O CORPO PODE VERIFICAR-SE ANTES DA CESSAÇÃO COMPLETA DA VIDA ORGÂNICA?

Resposta dos Espíritos: Na agonia, às vezes, a alma já deixou o corpo, que nada mais tem do que a vida orgânica. O homem não tem mais consciência de si mesmo, e, não obstante, ainda lhe resta um sopro de vida. O corpo é uma máquina que o coração põe em movimento. Ele se mantém enquanto o coração lhe fizer circular o sangue pelas veias e para isso não necessita da alma.

O DESPERTAR NO MUNDO ESPIRITUAL - OS REENCONTROS

Livro dos Espíritos, Livro II, Cap. 3, RETORNO DA VIDA CORPÓREA À VIDA ESPIRITUAL, Item II, SEPARAÇÃO DA ALMA E DO CORPO

Pergunta 160: O ESPÍRITO ENCONTRA IMEDIATAMENTE AQUELES QUE CONHECEU NA TERRA E QUE MORRERAM ANTES DELE?

Resposta dos Espíritos: Sim, segundo a afeição que tenham mantido reciprocamente. Quase sempre eles o vêm receber na sua volta ao mundo dos Espíritos e o ajudam a se libertar das faixas da matéria. Vê também a muitos que havia perdido de vista durante a passagem pela Terra; vê os que estão na erraticidade, bem como os que se encontram encarnados, que vai visitar.

Pergunta 159: QUE SENSAÇÃO EXPERIMENTA A ALMA, NO MOMENTO EM QUE SE RECONHECE NO MUNDO DOS ESPÍRITOS?

Resposta dos Espíritos: Depende. Se fizeste o mal com o desejo de fazê-lo, estarás, no primeiro momento, envergonhado de o haver feito. Para o justo, é muito diferente: ele se sente aliviado de um grande peso porque não receia nenhum olhar perquiridor.

DE MALAS PRONTAS

Nossa situação de felicidade ou infelicidade, na Pátria Espiritual, depois que nos desprendemos da carne, depende exclusivamente do progresso que tenhamos atingido nas nossas encarnações sucessivas. O nosso desenvolvimento moral e intelectual são aquisições do Espírito - são a única bagagem que carregamos.

Os espíritos muito apegados à Terra, muito materialistas, têm maior dificuldade de desprendimento da Terra. Os espíritos maus são insensíveis à ajuda que recebem no Plano Espiritual, por estarem completamente envoltos em sentimentos de ódio, de vingança, de inveja, de ciúme, ou pelo desejo de "fazer justiça com as próprias mãos".

Por isso temos que viver com vistas à nossa verdadeira vida, que é a ESPIRITUAL, e nos preparamos para levar conosco a bagagem certa, quando nossa hora chegar.

Dinheiro, beleza, posição, fama, tudo isso fica por aqui. Todas as aquisições materiais ficam por aqui.

Só levamos o bem que construimos para os outros, e para nós mesmos. Melhor, então, viver de modo a ter a mala pronta, para a nossa viagem derradeira, levando conosco os amores, a gratidão, o aprendizado, o avanço moral e intelectual, e todo o bem que espalhamos.

De resto, cabe-nos orar por esses irmãos, que desencarnaram de forma tão dolorosa, e pedir para eles a misericórdia do Pai.

AÇÃO E REAÇÃO - MISSÃO DOS ESPÍRITAS

Todos conhecemos o ditado: "colhemos o que plantamos".

O Espiritismo nos ensina que, pela lei de Ação e Reação, devemos nos acertar com a Justiça Divina por todo o mal que tivermos causado a outrem.

Mas, se a lei de Ação e Reação se aplica a todos nós, não devemos ser nós a apontar o dedo acusatório, e dizer "se sofreu isso ou aquilo é porque em encarnações anteriores fez os outros sofrerem isso ou aquilo". Ao contrário, o que Jesus nos ensina é "perdoar não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes, fazer aos outros como gostaríamos que nos fizessem, e não julgar, para não sermos julgados".

Apliquemos esses ensinamentos então às nossas vidas, e especialmente à interpretação que fazemos das ocorrências da vida de nossos irmãos do caminho.

Abstenhamo-nos de pronunciar sentenças sobre o destino alheio: "ele morreu de tal jeito, porque está pagando seus erros passados". Nossa missão, como Espíritas, é de dar o exemplo - e este exemplo tem que ser consonante com os ensinamentos de Jesus, e deve trazer luz e esperança, alento e conforto, fé e paz. Nunca a acusação, nunca o julgamento, nunca a sentença peremptória - nada disso nos compete.

Espíritas, amai-vos, eis o primeiro mandamento.

Instrui-vos, eis o segundo.

Desejo-lhe muita paz,
Liz Bittar

por Liz Bittar
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