O Que Os Espíritos Dizem



O Que Os Espíritos Dizem
Sobre o Suicídio

O que os Espiritos dizem sobre o suicídio? O homem pode por termo à própria vida? Isto não é parte de seu livre arbítrio?

E o que espera o suicida, no Além?

É considerado suicídio quando se abrevia a vida ainda que por poucos instantes, diante da morte inevitável?

E o que os Espíritos dizem sobre os vícios, que acabam por abreviar a vida?

O que ocorre com aqueles que cometem suicídio, com a intenção de se unirem ao seus entes queridos no Além?


LIVRO DOS ESPÍRITOS

LIVRO QUARTO – ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES

Cap. 1 – PENAS E GOZOS TERRENOS

ITEM 6 - DESGOSTO PELA VIDA - SUICÍDIO

Pergunta 944: O homem tem o direito de dispor da sua própria vida?

Resposta dos Espíritos: Não; somente Deus tem esse direito. O suicídio voluntário é uma transgressão dessa lei.

Pergunta 946: Que pensar do suicida que tem por fim escapar às misérias e às decepções deste mundo?

Resposta dos Espíritos: Pobres Espíritos que não tiveram a coragem de suportar as misérias da existência! Deus ajuda aos que sofrem e não aos que não têm força nem coragem. As tribulações da vida são provas ou expiações. Felizes os que as suportam sem se queixar, porque serão recompensados! Infelizes, ao contrário, os que esperam uma saída nisso que, na sua impiedade, chamam de sorte ou acaso! A sorte ou acaso, para me servir de sua linguagem, podem de fato favorecê-los por um instante, mas somente para lhes fazer sentir mais tarde, e de maneira mais cruel, o vazio de suas palavras.

Pergunta 946-a: Os que levaram o desgraçado a esse ato de desespero sofrerão as conseqüências disso?

Resposta dos Espíritos: Oh! Infelizes deles! Porque responderão como por um assassínio.

Pergunta 947: O homem que se vê às voltas com a necessidade e se deixa morrer de desespero pode ser considerado como suicida?

Resposta dos Espíritos: Éum suicida, mas os que o causaram ou que o poderiam impedir são mais culpáveis que ele, a quem a indulgência espera. Não acrediteis, porém, que seja inteiramente absolvido se lhe faltou a firmeza e a perseverança, e se não fez uso de toda a sua inteligência para sair das dificuldades. Infeliz dele, sobretudo, se o seu desespero é filho do orgulho; quero dizer, se é um desses homens em que o orgulho paralisa os recursos da inteligência e que se envergonhariam se tivessem de dever a existência ao trabalho das próprias mãos, preferindo morrer de fome a descer do que chamam a sua posição social! Não há cem vezes mais grandeza e dignidade em lutar contra a adversidade, em enfrentar a crítica de um inundo f útil e egoísta, que só tem boa vontade para aqueles a quem nada falta, e que vos volta as costas quando dele necessitais? Sacrificar a vida à consideração desse mundo é uma coisa estúpida, porque ele não se importará com isso.

Pergunta 950: Que pensar daquele que tira a própria vida com a esperança de chegar mais cedo a uma vida melhor?

Resposta dos Espíritos: Outra loucura! Que ele faça o bem e estará mais seguro de alcançá-la, porque, daquela forma, retarda a sua entrada num mundo melhor e ele mesmo pedirá para vir completar essa vida que interrompeu por uma falsa idéia. Uma falta, qualquer que ela seja, não abre jamais o santuário dos eleitos.

Pergunta 952: O homem que perece como vítima do abuso das paixões que, como o sabe, deve abreviar o seu fim mas às quais não tem mais o poder de resistir, porque o hábito as transformou em verdadeiras necessidades físicas, comete um suicídio?

Resposta dos Espíritos: É um suicídio moral. Não compreendeis que o homem, neste caso, é duplamente culpado? Há nele falta de coragem e bestialidade, e além. disso oesquecimento de Deus.

Pergunta 952-a: É mais ou menos culpado do que aquele que corta a sua vida por desespero?

Resposta dos Espíritos: É mais culpado porque teve tempo de raciocinar sobre o seu suicídio. Naquele que o comete instantaneamente há. às vezes, uma espécie de desvario que se aproxima da loucura; o outro será muito mais punido, porque as penas são sempre proporcionadas à consciência que se tenha das faltas cometidas.

Pergunta 953: Quando uma pessoa vê à sua frente uma morte inevitável e terrível, é culpada por abreviar de alguns instantes o seu sofrimento, por uma morte voluntária?

Resposta dos Espíritos: Sempre se é culpado de não esperar o termo fixado por Deus. Aliás, haverá certeza de que ele tenha chegado, malgrado as aparências, e não se pode receber um socorro inesperado no derradeiro momento?

Pergunta 953-a: Concebe-se que, em circunstancias ordinárias, seja o suicídio repreensível, mas figuramos o caso em que a morte é inevitável e em que a vida só é abreviada por alguns instantes.

Resposta dos Espíritos: É sempre uma falta de resignação e de submissão à vontade do Criador.

Pergunta 953-b: Nesse caso, quais são as conseqüências de tal ação?

Resposta dos Espíritos: Uma expiação proporcional à gravidade da falta, segundo as circunstâncias, como sempre.

Pergunta 956: Os que, não podendo suportar a perda de pessoas queridas, se matam, na esperança de se juntarem a elas, atingem o seu objetivo?

Resposta dos Espíritos: O resultado para elas é bastante diverso do que esperam, pois, em vez de se unirem ao objeto de sua afeição, dele se afastam por mais tempo, porque Deus não pode recompensar um ato de covardia e o insulto que lhe é lançado com a dúvida quanto à sua providencia. Eles pagarão esse instante de loucura com aflições ainda maiores do que aquelas que quiseram abreviar, e não terão para os compensar a satisfação que esperavam. (Ver item 934 e seguintes.)

Pergunta 957: Quais são, em geral, as conseqüências do suicídio sobre o estado do Espírito?

Resposta dos Espíritos: As conseqüências do suicídio são as mais diversas. Não há penalidades fixadas e em todos os casos elas são sempre relativas às causas que o produziram. Mas uma conseqüência a que o suicida não pode escapar é o desapontamento. De resto, a sorte não é a mesma para todos, dependendo das circunstâncias. Alguns expiam sua falta imediatamente, outros numa nova existência, que será pior que aquela cujo curso interromperam.

COMENTÁRIO DE KARDEC:

A observação mostra, com efeito, que as conseqüências do suicídio não são sempre as mesmas. Há, porém, as que são comuns a todos os casos de morte violenta, as que decorrem da interrupção brusca da vida. É primeiro a persistência mais prolongada e mais tenaz do laço que liga o Espírito e o corpo, porque esse laço está quase sempre em todo o seu vigor no momento em que foi rompido, enquanto na morte natural se enfraquece gradualmente e em geral até mesmo se desata antes da extinção completa da vida. As conseqüências desse estado de coisas são a prolongação da perturbação espírita, seguida da ilusão que, durante um tempo mais ou menos longo, faz o Espírito acreditar que ainda se encontra no número dos vivos. (Ver itens 155 e 165.)

A afinidade que persiste entre o Espírito e o corpo produz, em alguns suicidas. uma espécie de repercussão do estado do corpo sobre o Espírito, que, assim, ressente, malgrado seu, os efeitos da decomposição, experimentando uma sensação cheia de angústia e horror. Esse estado pode persistir tão longamente quanto tivesse de durar a vida que foi interrompida. Esse efeito não é geral; mas em alguns casos o suicida não se livra das conseqüências de sua falta de coragem e, cedo ou tarde, expia essa falta, de uma ou de outra maneira. É assim que certos Espíritos, que haviam sido muito infelizes na Terra, disseram haver se suicidado na existência precedente e estar voluntariamente submetidos a novas provas, tentando suportá-las com mais resignação. Em alguns, é uma espécie de apego à matéria, da qual procuram inutilmente desembaraçar-se para se dirigirem a mundos melhores, mas cujo acesso lhes é interditado. Na maioria, é o remorso de haverem feito uma coisa inútil, da qual só provam decepções.

A religião, a moral, todas as filosofias condenam o suicídio como contrário à lei natural. Todas nos dizem, em princípio, que não se tem o direito de abreviarvoluntariamente a vida. Mas por que não se terá esse direito? Por que não se é livre de pôr um termo aos próprios sofrimentos? Estava reservado ao Espiritismo demonstrar, pelo exemplo dos que sucumbiram, que o suicídio não é apenas uma falta como infração a uma moral, consideração que pouco importa para certos indivíduos, mas um ato estúpido, pois que nada ganha quem o pratica e até pelo contrário. Não é pela teoria que ele nos ensina isso, mas pêlos próprios fatos que coloca sob os nossos olhos.

Nota de Herculano Pires: O argumento espírita contra o suicídio não é apenas moral, como se vê, mas também biológico, firmando-se no princípio de ligação entre o Espírito e o corpo. A morte, como fenômeno natural, tem as suas leis, que o Espiritismo revelou através de rigorosa investigação. O sofrimento do suicida decorre do rompimento arbitrário dessas leis; é como arrancar à força um fruto verde da árvore.

As estatísticas mostram que a incidência do suicídio é maior nos países e nas épocas em que a ambição e o materialismo se acentuam, provocando mais abusos e excitando preconceitos. A falta de organização social justa e de educação para todos é causa de suicídios e crimes. Ver o final do item 949: “… se abolirdes os abusos da vossa sociedade e os vossos preconceitos, não tereis mais suicídios.”


por Liz Bittar

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