RESPOSTA:

Prezada Keziah,

O Livro dos Espíritos nos fala das tragédias coletivas, no item FLAGELOS DESTRUIDORES, cap. VI do Livro Terceiro – As Leis Morais, questões 737 a 741. Todo o item é muito esclarecedor e sua leitura é recomendada, mas ressalto aqui o comentário de Kardec, na questão 738-b, a saber:

“Que a morte se verifique por um flagelo ou por uma causa ordinária, não se pode escapar a ela quando soa a hora da partida. A única diferença é que no primeiro caso, parte um grande número ao mesmo tempo. Se pudéssemos nos elevar pelo pensamento de maneira a abranger toda a Humanidade numa visão única, esses falgelos tão terríveis não nos pareceriam mais do que tempestades passageiras no destino do mundo”.

Sobre o que acontece com os espíritos após o desencarne, vemos na questão 161, (LIVRO DOS ESPÍRITOS, LIVRO SEGUNDO, CAPÍTULO III, RETORNO DA VIDA CORPÓREA À VIDA ESPIRITUAL, ITEM II, SEPARAÇÃO DA ALMA E DO CORPO) a saber:

Pergunta 161: Na morte violenta ou acidental, quando os órgãos ainda não se debilitaram pela idade ou pelas doenças, a separação da alma e a cessação de vida se verificam simultaneamente?

Resposta dos Espíritos: Geralmente é assim. Mas, em todos os casos, o instante que os separa é muito curto.

Pergunta 163: Deixando o corpo, a alma tem imediata consciência de si mesma?

Resposta dos Espíritos: Consciência imediata não é o termo; ela fica perturbada por algum tempo.

Pergunta 164: Todos os Espíritos experimentam, no mesmo grau e pelo mesmo tempo, a perturbação que se segue à separação da alma e do corpo?

Resposta dos Espíritos: Não, pois isso depende de sua elevação. Aquele que já está depurado se reconhece quase imediatamente, porque se desprendeu da matéria durante a vida corpórea, enquanto o homem carnal, cuja consciência não é pura, conserva por muito mais tempo a impressão da matéria.

SOBRE O TIPO DE MORTE

No LIVRO DOS ESPÍRITOS, LIVRO SEGUNDO - MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS, vemos no CAPÍTULO VI - VIDA ESPÍRITA, o item ESCOLHA DAS PROVAS, QUESTÕES 258 A 273. Ressalto aqui a questão 258:

Pergunta 258: No estado errante, antes da nova existência corpórea, o espírito tem consciência e previsão do que lhe vai acontecer durante a vida?

Resposta dos Espíritos: Ele mesmo escolhe o gênero de provas que deseja sofrer; nisto consiste o seu livre-arbítrio.

Portanto, Keziah, vemos que mesmo que o desencarne se dê por meio de tragédias, a perturbação do Espírito após a morte depende do seu grau de elevação. Vemos também que, em Espírito, não apenas temos consciência como, na maioria das vezes, escolhemos o gênero de morte que melhor serve ao nosso adiantamento.

Você pergunta se, naquele momento, todos estavam "no dia do seu desencarne", e os Espíritos nos repondem que "fatalidade, só nascimento e morte". Vejamos o Livro dos Espíritos, Livro Terceiro - As Leis Morais, Capítulo 10 - Lei de Liberdade, item VI, Fatalidade, a saber:

Pergunta 851: Há uma fatalidade nos acontecimentos da vida, segundo o sentimento ligado a essa palavra; quer dizer, todos os acontecimentos são predeterminados, e nesse caso cm que se torna o livre-arbítrio?

Resposta dos Espíritos: A fatalidade só existe no tocante à escolha feita pelo Espírito, ao se encarnar, de sofrer esta ou aquela prova; ao escolhê-la ele traça para si mesmo uma espécie de destino, que é a própria conseqüência da posição em que se encontra. Falo das provas de natureza física, porque, no tocante às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o seu livre-arbítrio sobre o bem e o mal, é sempre senhor de ceder ou resistir. Um bom Espírito, ao vê-lo fraquejar, pode correr em seu auxílio mas não pode influir sobre ele a ponto de subjugar-lhe a vontade. Um Espírito mau, ou seja. inferior, ao lhe mostrar ou exagerar um perigo físico, pode abalá-lo e assustá-lo, mas a vontade do Espírito encarnado não fica por isso menos livre de qualquer entrave.

Pergunta 853-a: Assim, qualquer que seja o período que nos ameace, não morreremos se a nossa hora não chegou?

Resposta dos Espíritos: Não, não morrerás, e tens disto milhares de exemplos. Mas quando chegar a tua hora de partir, nada te livrará. Deus sabe com antecedência qual o gênero de morte por que partirás daqui, e freqüentemente teu Espírito também o sabe, pois isso lhe foi revelado quando fez a escolha desta ou daquela existência.*

Desejo-lhe muita paz,
Liz Bittar

por Liz Bittar
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