RESPOSTA:

O livro O Céu e o Inferno, de Allan Kardec, nos fala da Justiça Divina segundo o Espiritismo. É leitura recomendada para quem quiser compreender mais sobre o destino do espírito após o desencarne. Mas o Livro dos Espíritos também nos fala sobre este tema. No Livro Quarto, Capítulo II, PENAS E GOZOS FUTUROS,os Espíritos nos esclarecem sobre a vida futura, intervenção de Deus nas penas e recompensas, natureza das penas e dos gozos futuros, expiação e arrependimento, duração das penas futuras, paraíso, inferno e purgatório. É desta obra que extraí minha resposta:

Livro dos Espíritos, questão 87, pergunta de Kardec: Os Espíritos ocupam uma região circunscrita e determinada no Espaço?

Resposta dos Espíritos: “Os Espíritos estão por toda parte; povoam ao infinito os espaços infinitos”.

E, mais adiante: “… mas nem todos vão a toda parte, porque há regiões interditas aos menos avançados”.

Livro dos Espíritos, questão 1011. Pergunta de Kardec: Um lugar circunscrito no Universo está destinado às penas e aos gozos dos Espíritos, segundo os seus méritos?

Resposta dos Espíritos: “As penas e os gozos são inerentes ao graud e perfeição do Espírito. Cada um traz em si mesmo o princípio de sua própria felicidade ou infelicidade. E como eles estão por toda parte, nenhum lugar circunscrito ou fechado se destina a uns ou a outros.”

Livro dos Espíritos, questão 1012, pergunta de Kardec: De acordo com isso o Inferno e o Paraíso não existiriam como os homens os representam?

Resposta dos Espíritos: “Não são mais do que figuras: os Espíritos felizes ou infelizes estão por toda parte. Entretanto, espíritos da mesma ordem se reúnem por simpatia. Mas podem reunir-se onde quiserem, quando perfeitos.”

Explicação de Kardec à esta resposta: “O localização absoluta dos lugares de penas e de recompensas só existe na imaginação dos homens. Provém de sua tendência de materialziar e circunscrever as coisas cuja natureza infinita não pode compreender.”

MEUS COMENTÁRIOS:

Como vemos, segundo a doutrina Kardecista, não existe um espaço circunscrito como o que habituamos conhecer por “Céu” e “Inferno”. Mas a sorte das almas depois da morte é o resultado de suas ações durante a vida.

Os espíritos inferiores se comprazem no mal, quando encarnados, e depois de desencarnados, colhem os frutos de todo o mal que plantaram. Este sofrimento pode ter uma duração maior ou menor, dependendo da gravidade de suas faltas, e de seu desejo de melhorar e de se acertar com aqueles a quem prejudicou.

Deus nos dá, através das vidas sucessivas, a oportunidade de regeneração e de progresso. Alguns espíritos atingem o progresso mais rapidamente. Outros, entretanto, escolhem – por seu livre arbítrio – o caminho mais longo e mais doloroso: persistem no mal, retardando o seu progresso, e aprendendo muitas vezes através da dor.

Quando desencarnam, esses espíritos têm a sensação de estar mesmo no “Inferno”, porque levam consigo todos os seus males e seus vícios, e a dor é pungente. O criminoso pode rever seus crimes, sentir a dor dos que mutilou, o viciado pode sentir a tortura provocada pelo vício.

Assim, os espíritos nos ensinam que somos o resultado de nós mesmos… vivemos, aqui e no Além, as conseqüências de nossas próprias escolhas. Por isto, o mais acertado, é dizer que “O Céu ou o Inferno está dentro de nós mesmos”.

Desejo-lhe muita paz,
Liz Bittar

por Liz Bittar por Liz Bittar em 05 de Setembro de 2013
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